Conversaremos hoje sobre um perfume muitíssimo subestimado. Quase esquecido entre marcas mais "Ban Ban Ban" na perfumaria designer. Recebi a algum tempo em uma troca (Não lembro exatamente com quem troquei, se você ler o relato, deixe um comentário!) e pensei "nunca mais desapego". Um achado!
Foi criado em 2006 por Christine Nagel. E Temos quase um dejavu perfumístico aqui. No mesmo amo de sua criação, Christine foi contratada pela Cartier para criar um perfume. Sabe qual?
Delices de Cartier |
Delices de Cartier. Quem o conhece sabe que é um delicioso floral frutal com a cereja gelada reinando absoluta. O detalhe? Ambos são quase iguais!
Há diferenças sim, o que me leva a ajoelhar para o frasco negro de In Black. Ele é que Delices deveria ter sido. Já explico o porque.
As notas do pretinho são:
Saída: cereja, grapefruit, rosa
Corpo: violeta, jasmim egipcio, pêssego, lilás, Lírio
Fundo: almíscar, patchouli, cedro, baunilha, alcaçuz.
Aos guris que lerem a resenha, terão de fazer um esforço. O personagem aqui é mulher e eu não consigo imaginar outro.
Imagine a seguinte cena:
Você caminha apressada pelas ruas de alguma grande metrópole. Saindo de um dia de trabalho intenso mas produtivo, sente-me realizada. Saia lápis preta, escarpin negro agulha, camisa vermelha de seda e uma capa acinzentada. Entra rapidamente em um mercado local, compra licor de cerejas e cerejas ao marasquino.
Corta para o apartamento. Roupas do dia caídas no chão sem muita preocupação. Uma taça do licor repousa ao lado de um prato de cerejas. Você toma um gole do licor e morde uma das frutinhas. Em frente ao espelho se observa, ainda nua. Molha os cabelos e os puxa para trás. Make escuro, batom vermelho. Veste-se com a roupa escolhida, corset de vinil, cinta liga e botas sobre o joelho Por cima um sobretudo negro. Toma outro gole do licor e sai à passos firmes. Desejo e poder emanam de seus pensamentos. Durante o dia uma profissional querida e aparentemente normal. À noite se transmuta em uma mulher onde cada movimento é lânguido e feito para seduzir, rende-se à luxuria, aos instintos, à sua essência mais visceral.
Ui, chegou a dar calor. In Black é licoroso, dark, quase gótico apesar de ser gritantemente moderno. Nada nele te leva a pensar em ambientes vintages, pelo contrário, diria até que viaja ante ao futuro.
Sabe como o vejo? Assim:
Delices representa a mulher do dia a dia, que trabalha mas ainda assim é linda, é elegante e sensual. In Black seria o lado escondido, fetichista, fantasioso.
Classificado como floral frutado, é doce devido à cereja e a baunilha, mas nada, nada enjoativo. Não grita, se enrosca como um gato macio ao redor do seu pescoço. Impossível resistir.
Abre com uma lufada de patchouli, muito breve, segundos apenas. Logo a cereja sai direto da geladeira e cai dentro de um creme quente de baunilha regado com licor de cerejas. Deliciosamente doce e escuro. O alcaçuz não vem agressivo, alisa sinuoso, seduz. Há um equilíbrio perfeito entre o jasmim e a violeta. Finaliza almiscarado, quente, sedoso. Sempre escuro, sempre guardando o mistério.
A meu ver é compartilhável, deve ter um comportamento estupendo em uma pele masculino (terei de testar!)
Quer adentrar os seus sonhos e desejos mais secretos, se joga no In Black!
Quer ver a opinião de outras pessoas sobre ele?
Dino Napoleão falou sobre ele no Village Beaute, Diana no A Louca dos Perfumes e a Cristine explana as semelhanças entre ele e Delices no saudoso Perfume da Rosa Negra
Bjss de K-Pax