quarta-feira, 25 de março de 2015

Jasmim avec Patchouli: Resenha do Yasamin Amberfig






Hello Amores perfumados!


Pois eu, no meu hiato blogueiro, fiquei quase 2 meses sem postar. Crises (financeira, do país, política, essas coisas) me impediram de escrever. E como eu não consigo ser sucinta e me utilizo muito de intuição, memórias e emoção para escrever, não deu. Nem participar das mesas redondas blogueiras. Humor bélico unido à probleminhas geram textos ruins, né vero? Melhor ficar quieto.

Pois então "misinfi" resolvi que deveria recomeçar a resenhar. E o primeiro da lista era o Belo e icônico Yasamin. 

Nessas horas ter amizade com o criador da fragrância é interessante pra saber como o néctar foi feito. As motivações da pessoa. E ele conseguiu. 

Bem, notinhas descritas:  Saída de Jasmin Sambac, baunilha de madagascar e Fava tonka brasileira; Corpo/coração Patchouli e na base Benjoin do Sião. 

Vamos fazer um story line?

Você está sentado em um banco de madeira úmida em uma praça ou campo inóspito. Acima, uma árvore de jasmins, alguns desmaiados (tapete de jasmins, praticamente).

O tempo é úmido, há aroma de terra molhada no ar. O jasmim intoxica seus sentidos.
Em segundos, cai uma chuva torrencial. Você não tem pra onde correr então....fica ali, levando agulhadas dos pingos e percebe o aroma mudar. A madeira do tronco da árvore, do banco da praça e dos jasmins moribundos caídos na grama. Jasmim está ali, abaunilhado mas há algo masculino pungente. Madeiras protegendo uma flor tão delicada. É o patchouli. Mas não o patchouli conhecido na perfumaria designer. É um patchouli escuro, navalhado, quase como um homem cortando madeira com um machado. O resultado desse lado brucutu?

Aroma de chocolate amargo. Patchoulis tem diversos aromas e facetas, mas o Patchouli "Chuck Norris" o mais selvagem, em sua evolução, amansa para um aroma de chocolate. Quer coisa mais linda? Guarre amor pelo Patchouli, há muitas facetas nele. Angel não seria tão famoso se não fosse um patchouli afiado pra amansar as notas ultra doces, né vero?

Então, a saída mostra um jasmim pungente, quase como se tivesse as folhas da flor maceradas junto. Com o nariz na pele consigo sentir o seu lado carnal, indólico, mas é bem sutil. Já a aura que ele cria ao redor da pessoa que o habita é de um jasmim orvalhado, límpido e cremoso.

Algum tempo depois, exalando como se não houvesse amanhã, a baunilha de junta no abraço com a flor. Na minha pele essa fase é breve pois temos uma nota...digamos, ciumenta aqui: o Patchouli. Chega chegando para tomar o jasmim para si. 

Sou amante fervorososa das notas de Fava Tonka e Benjoin mas quase não os sinto. O aspecto amendoado-baunilha da tonka e a madeira doce e defumada do Benjoim quase desaparecem na grandiloquência do Jasmin inicial (seria quase um Jasmin "à la Julliete has a Gun. Mulher, doce, mas perigosa". ) e a virilidade de um patchouli escuro que pouco vejo ser utilizado hoje em perfumes.

Vejo no Yasamin  a perfeita personficalção de masculino-feminino, In e Yang, Começa com aquela mulher opulenta ...e termina com ela no colo de um homem másculo...que quase empurra as demais notas por ciumeira, quer o Jasmim só pra si. Esse perfume é quase uma historia obsessiva de amor do patchouli pelo Jasmin. 

Resultado: sublime. Exala fortemete pelo menos 3 horas e permanece na pele por mais de 10 horas (isso que sou branca feiro verme de madeira, pele seca, nada dura na pinha pele.


Beijo especial no David Magalhães. 


PS: já pedi um exclusivo, haverão outros. 

Bjxx de  K-Pax

Fotos: O perfumístico