sábado, 26 de julho de 2014

Uma surpresa dos Hermanos: Fueguia 1833. Resenha do Biblioteca de Babel


Junto à resenha desse legítimo Hermano preciso introduzir os leitores sobre essa estupenda marca de nicho Argentina: Fueguia 1833. Aqui, do nosso ladinho, quem diria. Minha curiosidade acerca desses perfumes se deu à experiência de alguns amigos que foram à Buenos Aires e visitaram a loja física. Aliás, só vende lá, nada de e-commerse. Pena, pena!!!

Fueguia 1833 foi criada em 2010 por Julian Badel e Amalia Amoedo. Inspirados pelos ancestrais naturalista e escritores resolveram criar a sua própria marca, inspirados na Patagônia e principalmente na diversidade e na flora exótica da America do Sul. Sim, isso engloba notas brasileiríssimas, como a copaíba. Seus perfumes são classificados em grupos com nomes criativos e que remetem às notas da composição. 

São envasados em frascos de vidro reciclado e caixas de madeira feitas á mão por uma carpintaria na Patagônia e os rótulos assinados com o nome no momento da compra. São vendidos como Eau de Parfum, Parfum, Absoluto e perfume em óleo. É a riqueza aliada à simplicidade. 


O perfume resenhado será o Biblioteca de Babel, que está dentro da coleção Jorge Luis Borges and Friends. 



Infelizmente não possuo o frasco do perfume. A amostra que hoje dorme entre muitas veio da querida Renata Quadros, que compartilha comigo a paixão pela perfumaria. O nome emula exatamente o que contém dentro do frasco. Uma curiosidade da marca: a pirâmide é divulgada com somente três notas. Provavelmente há outros ingredientes utilizados para fazer as fragrâncias, mas isso quem terá de adivinhar terá de ser você. No caso aqui, as notas divulgadas foram: cedro, mogno e canela.

Novamente reitero: o que senti pode ser diferente em você. Ph da pele, o que você come, se sua pele é seca ou oleosa, se é homem ou mulher, tudo isso influencia em como ele evolui. Chamo atenção para este dado porque as opiniões sobre ele divergem bastante. 

Imersão.
Trinity College Library 


Seus passos ecoam ao caminhar pelo piso encerado da suntuosa biblioteca Trinity College, em Dublin, na Irlanda. Morde um camafeu de nozes enquanto perpassa entre as quilométricas prateleiras. Aroma da madeira escura, quase acre se mistura à dos livros empoeirados  e cheios de história apenas pela estada de tantos anos entre andares feitos de cedro e mogno. No silêncio sepulcral, seus dedos percorrem a capa de uma bíblia do século XIX. Caminha até uma das mesas. O acento das cadeiras é coberto por uma camurça macia. Sente levemente o incenso de canela que calmamente queima produzindo a doce e lânguida fumaça. Dos bolsos, tira um pacote de nozes glaceadas. Folheia as finas páginas do livro sagrado enquanto se delicia com o doce sabor da iguaria. 
Conseguiu imaginar?

Biblioteca de Babel é todo trabalhado no Mogno, uma maneira não tão comum, como o cedro, que também está presente aqui. A saída, no primeiro segundo é doce, como um camafeu, aquele docinho deliciosamente irresistível. Segundos depois temos a predominância das madeiras escuras, elas carregam a base do perfume e permanecem durante toda a evolução. No meu caso, a química com a minha pele acentuou as madeiras somente nos primeiros minutos. Depois disso, o doce aroma de nozes glaceadas unidas à um incensado da canela se mostra o corpo, a alma do perfume. Invernal, que aquece, te abraça e depois te afaga. Fica um amadeirado gourmand, amendoado. 

Que espetáculo de perfume. Caso você planeje uma viagem a Buenos Aires, não deixe de visitar a Fueguia. Como não vende pela internet, só entrando de corpo e alma na loja física para provar seus segredos. Nicho é nicho pela exclusividade, né vero?

Bjxxx de K-Pax


quinta-feira, 24 de julho de 2014

O meu primeiro Nicho: Imperial Oppoponax Les Néréides


Imperial Oppoponax Les Néréides. O rei do meu armário

A última mesa redonda entre os Blogs (postada no dia 15) acabei perdendo e não postei. O tema girou em "perfumes que te aquecem no inverno". Certamente um dos que incluiria na lista é a belezura ali acima. 


Minha expressão ao senti-lo
Mas o querido tem história até chegar no meu armário. Idos de 2010, verão, Orkut (ah, nunca esquecerei). Realizei uma troca com a Li, do Parfums et Poésie  e na caixinha veio várias amostras responsáveis pela minha gana por perfumes difíceis. Entre elas estavam vários descontinuados (que guardo como relíquias afim de um dia resenhar) e ele. Oppoponax. 


Não preciso nem dizer que caí pra trás quando o conteúdo daquele pequeno flaconete contaminou os meus receptores olfativos. Meus sais, eu PRECISAVA ter o perfume.

Cartinha escrita no punho da First in Fragrance. 
Os problemas estavam no fato desta marca não ser vendida na Terra Brasilis além de ser um pouco onerosa e ser vendida em somente algumas lojas internacionais. Pois a First in Fragrance, uma loja alemã foi a minha escolhida. E gente, todos sabem da eficiência alemã. Certamente voltarei à comprar por lá.

Oppoponax. Sou feioso
mas cheiroso
Mas vamos ao perfume. Opoponax (quando o comprei, ainda se chamava Imperial Opoponax) é um perfume de uma casa que trabalha mais com joalheria do que propriamente perfumes,  Les Néréides. Foi criada em Nice, na França em 1980 por Pasquale e Enzo Amaddeo (que, curiosamente, tem origem italiana). Oppoponax é uma ode à essa resina, também conhecida como Mirra Doce. Farei um post falando somente dela porque amo essa nota em perfumes. Aliás, vamos às notinhas dele:

Cítricos, sândalo, âmbar, baunilha, Benjoim, Âmbar.

Sem pirâmide, sem muitos detalhes, nebulosidade soprando aos ler suas descrições. Tudo o que uma escorpiana ama. E outro ponto de amor é o fato de não haver flores nele. 

Sim, eu gosto de flores, inclusive adoro vários florais. Mas quer me ver de queixo roçando o piso e com os joelhos a balançar, me dá um perfume baseado em resinas, madeiras e especiarias. E sem flores. Gaultier² não me deixa mentir (resenha em breve).

Imersão:

Idade média. Igreja suntuosa, pé alto, muitas esculturas santuárias em madeira. Na penumbra a luz do dia entra sinuosa pelos vitrais detalhados. Dia de temperatura quente. Lá dentro, no entanto, mantem-se o frio suntuoso e espiritual que habita tais construções. Não há pessoas aqui, onde a mistura de pele, suor e movimento sujariam o aroma principal. 



Paços largos ecoam pelas pilastras, a fumaça segue o vulto que carrega o turíbulo repleto de incenso a fumegar. Fumaça doce, incensada, celestial. O ambiente pode ser frio mas o aroma aquece de imediato, acalenta, acalma, transcende. 

Pense no cheiro da madeira, ainda jovem e na fumaça adocicada do turíbulo.

Esse é o Imperial Oppoponax. Há quem diga que o verdadeiro aroma de igreja existe em Incense Avignon Comme des Garsons. Como não o conheço ainda (alguma alma caridosa me cede um decant micro?), meu aroma de Igreja continua sendo o Opoponax.

Imagino que devas estar pensando que é datado, cheiro de mofo, de papéis guardados. Não, lonnnnge disso. Não há talco, não há civeta nem tuberosas, nem o verdadeiro incenso tão presente em perfumes de outros carnavais. Aliás, acredito que todos deveriam ter contato com tal perfume pois é completamente compartilhável.

A saída é um fiapo cítrico de laranja. Mas notas não especificam qual cítrico seria, eu sinto laranja. Suculenta, cortada, escorrendo suco. Mas é só nos segundos iniciais. Logo depois temos o Benjoim (que também é uma resina que dá um aspecto de baunilha incensada nos perfumes, uma de minhas notas prediletas) bailando com a baunilha e o oppoponax em toda a evolução do perfume. O trio é adocicado. O âmbar se mantém presente dando aquele ar mais austero avec sensual e o sândalo "amanteiga" com sua característica de madeira leitosa e suave.  Complicado destrinchá-lo, as notas são bem amarradas e não se destacam uma a uma.

É um perfume quente, defumado, doce, intenso, nebuloso. E também carinhoso. O antigo hibridizando o futuro. 

Sabe quem lembra ele? De loonnge? O Obsession de Calvin Klein, o Gaultier², Joop Le Bain. Todos quentes, resinosos e adocicados. Claro, cada um com suas característica sespecífica, mas sentariam tranquilamente na mesma mesa do restaurante para bebericar um vinho. 

Se puder, experimente. Uma palavra: transcedental. 

Bjuxxx de K-Pax.

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Resenha do Jernê: Joop Le Bain



Ahhh, Le Bain...
Iremos adentrar e esmiuçar um perfume que é um dos meus top 5. Sim, mesmo entre perfumes mais caros, raros, nichos, ele é essencial no meu armário. 

Acredito que a dois anos atrás, em uma troca com a Li do Parfuns et Poesie, ainda no Orkut, a mesma me apresentou vários perfumes dentre os quais desejei imediatamente. E Le bain estava entre as amostras. Na época era descontinuado, raríssimo de se encontrar, no Brasil nem fumaça dele. Pois consegui pelo ebay, a muito custo....e plim, 3 meses depois o bichinho retorna ao Brasil e, pasme, barato! Joop, eu te amo!

Como ele é um dos que mora no meu coração, nunca o consegui resenhar. Eu travo, literalmente. Um perfume mutante, muda muito conforme o tipo de pele que deita.  Pois novamente o querido Jernê nos iluminará com uma resenha estupenda, publicada no Fragrantica. 

Mais um perfume que tive sede o suficiente para procurá-lo e me saciar em sua fonte, por apenas ouvir sobre! Lutei, resisti e vivi Joop! Le Bain passo a passo pela forma mutante como se revela a cada andadura de sua evolução, desde o momento em que ele é empunhado nas mãos, antes mesmo da tampa ser removida, até o último resquício de sua constante modificação assombrosa em contato com pH da pele, esteja ela ácida, neutra ou básica.

Para início de conversa Joop! Le Bain é uma criação conjunta dos perfumistas que criam grandes perfumes para o Grupo Coty, dentre eles estão Michel Almairac, Shopie Labbe, Francis Kurdjian e Michel Girard, profissionais de peso e dotados de muita responsabilidade que atuam no mundo da perfumaria. Sabe-se que Joop! Le Bain é um jovem seguro de si mesmo, já têm mais de 23 anos de idade, caminha com suas próprias pernas e dá o recado que tem em seu caráter de forma contrastiva, dependendo do lugar por onde passa/escorre. 

Há um conglomerado polissêmico nas notas que compõem este estrambólico perfume... Sua saída é um mar de cítricos que nos leva a uma cerimônia de casamento eminentemente “hippies”, mas ao mesmo tempo você consegue se perceber num passado um pouco mais distante com alguns Aldeídos flutuantes e borbulhados por uma sensação de “quero mais vida”; sua evolução até seu coração parece retardar ou nem existir por conta da inconstância que o perfume reflete sobre a pele, horas parece estar lá, horas parece que você não está usando nada e horas parece que você está com uma bomba, sem seguir uma sequência lógica; suas Rosas são orvalhadas tal como no Chloé EDP, só que elas se tornam viris quando levam uma paulada de Cedro bruto e caem num jardim de Jasmim-Criança e se encontram com Sândalos-Médicos que vão lhe erguer e tratar, a fim de encaminhar ao seu ápice “camaleônico”, ou seja, sua base.

ingredientes do mimoso
 Sua despedida é duradoura e sensacional porque as Rosas já curadas são enfincadas num cordão de Favas Tonka amarradas aos talos de Patchulis ressecados pelo sol da meia-noite lá do Norte da Noruega, e todas essas amarras são embebidas por leves aspersões de Baunilhas crocantes juntadas a Almíscar vegetal; uma combinação hiper diferenciada e que deu certo, por não resultar em algo estridente que não se possa usar, mas num aroma bem elaborado que para além de mutante consegue se comportar e ser cerce com presença e prestígio. A fixação é acima de 7 h tranquilamente e sua silagem oscila a ponto de desaparecer completamente, em alguns momentos, definitivamente Joop! Le Bain é um perfume para ser apreciado com calma e persistência, senão... #oremos!
Dedico esta resenha ao meu Nobre Amigo Rodriguez e a minha eterna doçura CarlaB79 (euzinha, no Fragrantica)

É ou não é de babar? Fico sem palavras, não tenho esse brio poético para escrever. Dá até invejinha, rsrsrs.  Gosto tanto deste perfume que o próprio Jernê me chamada de Carla Le Bain. 

Outros Blogs já falaram dele. Reiterando, todas diferem entre si. Em algum momento terei coragem de resenhá-lo. Dê uma passadinha no Village Beauté, A louca dos Perfumes e no Perfume na Pele.

Bjxxx de K-Pax

sexta-feira, 4 de julho de 2014

O Galo da madrugada: Resenha do Kokorico


Como falar de Jean Paul Gaultier sem pensar também em Thierry Mugler? Simplesmente porque ambos não estão NEM AÍ para o que pensam de suas criações e fazem o que querem. Obviamente que a indústria visa o lucro, suas marcas são designers conhecidas e procuradas, logo, uma certa "travada" da empresa deve acontecer ante à criatividade do nariz que produz o perfume (o que, teoricamente, não acontece nas marcas de nicho, onde as loucuragens perfumísticas ganham outros andares). Porque será que gosto tanto de suas criações? Quem me acompanha nas resenhas certamente sabe o porque.

Mesmo com todos esses fatores, ainda conseguem inovar. No caso aqui, o "infant Terrible" Gaultier resolveu jogar as penas para o alto, colocar os pés sobre a mesa, puxar um charuto de chocolate e esperar a reação da platéia.

Esse Gaultier.... olha a ousadia do cara em colocar o grito do galo como nome do perfume. E o que dizer do frasco? Esse rosto negro, com nariz adunco e o nome fatítico praticamente grafitado. E a surpresinha?

De ladinho temos o corpitcho do famoso Le Male. 


Le Male e Kokorico. Semelhança NÃO é mera coicidência. 


Tudo leva a crer que o dito cujo é a imagem do ultra macho, com "bigodón", peito peludo e ar de Magnum.  Será?

Kokorico foi criado em 2011 por uma duplinha de peso: Oliver kresp, cujas dezenas de criações englobam Noa, Light Blue, Midnight Poison, Glória (ó Deus, descontinuá-lo foi um dos maiores erros da perfumaria)Ange ou Demon, Kenzo Amour....é tanta coisa boa que levaria um artigo inteiro falando disso. O outro criador é Annick Menardo, responsável por Hypnotic Poison, Fuel for Life Femme, Bvlgary Black, Xeryous Rouge, Hypnose....bom, sem comentários sobre esse estupendo nariz, né vero?

Pensamos então, "lá vem coisa boa". Olha, impressão é pessoal e varia muito. Ele é do tipo ame ou odeie. Ou ame as vezes e odeie as vezes (acontece comigo as vezes, adoro o perfume em um dia e no outro detesto...mulheres).

Chega de encher linguiça e vamos às notinhas do galinho:
Saída: Folha de figo
Corpo: Patchouli, Cacau
Fundo: Vetiver, Cedro da Virgínia.

Vamos colocá-lo em uma cena que se adeque?


Você é um homem na na casa dos 30, ou quase isso. Elegante, austero, veste um terno bem cortado, cabelo "displicentemente" jogado em alguma posição interessante que permaneça o dia inteiro na mesma forma (amor ao gel, esse lindo). Ar superior, sabe o que é e afirma isso. Ainda na empresa, pensa em estender a noite para terminar algumas pendências. Olha pela enorme janela do escritório. A noite está fria, convida para o aconchego. E, quem sabe, uma esticada na noite mais tarde.

Chegando em casa, vai até a mesa onde há muitas garrafas de bebidas. Escolhe uma garrafa de Baileys, sai com a mesma na mão, dando goles no gargalo. Olha para a sala. O frio arrepia a pele, a lareira ampla e moderna jaz negra, vazia, pedindo calor.

Imagina a lareira sem o fogo. 
Decidido, retira o paletó, gravata e camisa, as atira sobre o sofá e vai em direção à garagem. A alguns dias vinha armazenando toras de madeira para a lareira, no entanto, as mesmas se apresentaram grandes demais. Sem pensar, observa o machado rústico pendurado à parede. Pega uma das toras e a leva para fora, no tempo, abaixo de de uma árvore frondosa do pátio. O aroma de folhas verdes é presente junto à umidade do ar. Eleva o machado e com toda a força o enterra sobre a madeira endurecida, aos poucos conseguindo pedaços menores. Suor escorre devido ao esforço. Toma mais uns goles da bebida, e segue no trabalho até conseguir uma boa quantia de lascas. 

Volta para dentro de casa, apruma os pedaços na lareira e alimenta o fogo. Senta calmamente sobre o sofá, pouco se importando se o suor ou a terra de seus sapatos sujem o ambiente. Garrafa de licor na mão e olhos hipnotizados pelo bailar crepitante das chamas. 

A saída mostra verdadeiramente um cacau alcólico. Adocicado, quase amendoado, parece mesmo com o Licor Baileys, que é de Cacau com baunilha. Ou até um licor de amêndoas (tipo o Frangélico) acrescido de puro cacau. Essa saída cremosa/alcólica perdura por um bom tempo.  De leve, vejo a folha de figo abrir a porta do recinto de mansinho, receosa, não querendo aparecer muito, já que o cacau é um pouco narcisista e não aceita alguém além dele no palco. O lance aqui é ser sutil. O patchouli é outro narcisista, toma conta de tudo mas, seguindo as instruções da querida folha de figo, entra quieto. Peito aberto e olhar altivo, mas sem alarde. E assim..... há o domínio patchulinesco. Como essa nota adora uma outra chamada vetiver (aquela gramínea aparentemente inofensiva mas vital para perfumes masculinos), temos então um palco feito de cedro, coberto de vetiver com um patchouli dançando ao lado do cacau. O conquistou aos poucos e ambos brilham em uma cama verde e seca.

É, hoje eu estava bem inspirada, há dias que acontece.
Como eu o classificaria? Na vera, a entrada de Kokorico é quase feminina, cacau, quase chocolate, adocicado (não doce), quente e cremoso. Como um homem moderno, cabelo aprumado, elegante, quase andrógeno. A evolução mostra a sua face masculina, como aquele que se despe e quebra toras de madeira ao relento. 

Muitas pessoas que o conheceram disseram que ele parece uma quimera de muitos outros. Não discordo, realmente! Mas....o vejo exatamente como a situação que pintei lá em cima: Titio Gaultier faz uma loucuragem misturando vários conhecidos, fazendo uma viagem em poucas notas e senta para observar o gritedo do pessoal.

Pena que o grito não foi tão forte como deveria, ele passou um pouco esquecido entre os lançamentos. Talvez o excesso de excentricidade na divulgação ou até o próprio nome. Pois eu entrei no time dos que amaram. Pela ousadia e também por dar uma de "Tarantino" perfumístico e tirar sarro da cara de todo mundo. Cria algo que lembra muitos, faz uma evolução que une mulher e homem e coloca um nome weird. Começa mimoso e termina quase um Chuck Norris. 

Como não amar????

Vamos enriquecer a experiência? Dâmaris e Henrique "Rick" Perrella já falaram dele no 
Village Beauté e no Perfume do Dia (Rick, pecado não ter continuado com esse blog estupendo!!!).

Pra vcs, mais uma imagem do bichinho:


Menção honrosa ao Daniel Ianegitz Vieira, no qual desapegou dele e eu peguei.

Bjssss de K-Pax.

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Resenha do Jernê: Chloe EDP

Amados, todos (bem, quem lê este humilde blog) sabem que tenho adoração pelo Jernê. Não o conheço pessoalmente simplesmente porque ele tem um pé no nordeste e o meu está no RS, então, seria quase um "espacado" doloroso. 

E um dos motivos principais da minha pessoa publicar tais resenhas é que, além de serem estupendas e poéticas, estão a sua maioria no Orkut. Sim, eu uso orkut pela nossa saudosa comunidade Apaixonados por Perfumes, APP para os íntimos. Então, manter as resenhas dele no ar para que qualquer pessoa possa ter acesso é no mínimo reconhecimento!. Até pq o Orkut está na moribundice e vai fechar. Que pecado. Dá banho de organização ante ao face, que confesso, me dá uma impressão de twitter com imagens (odeio twitter)

Vamos lá meu guri lindo (inclusive, vou manter a formatação que ele usa no Orkut. 


Chloé EDP - Chloé

Faltam-me palavras para a descrição desta obra. Quando lia sobre as maravilhas causadas por Chloé EDP, confesso que ficava com um pé atrás, pelo motivo de: quase sempre o que é muito aclamado não merecer a glória que de fato possui, mas devo dizer que com Chloé EDP a história foi diferente, e isso muito me alegra, porque esta ternura engarrafada lembra um descontinuado (bom bonito e barato) que se foi há muito tempo; consigo relacioná-lo carinhosamente e de forma parental ao Crystal Aura – AVON. 

Crystal Aura Avon
Diz um velho ditado popular que: “panela que muito mexe ou sai salgada ou insossa a comida!”, graças a Deus isto não é uma regra, pois Chlóe EDP foi criado por dois perfumistas de nome, Amandine Marie, mãe de Angel EDT e Michel Almairac, pai de Margaretha Ley, Venezia, Minotaure etc. de um casamento desses só se podia ser gerado algo divino, não é mesmo?! E, outra, a qualidade da fragrância é tamanha que o ano de fabricação da mesma (2008), não corresponde à índole natural que a mesma sustenta, na minha concepção. 

Chlóe EDP está para além das datas, está destinada a invadir tempos, eras, datas, ciclos, estágios e permanecer na beleza a qual fora criado, com uma ternura estonteante de se sentir passo a passo. Bem, a fragrância logo de saída desembrulha um belo ramalhete de Peônias virgens submergidas em ternura, e esta sensação vai se mesclando a Lichias frescas, recém-partidas numa mesa moderna, especificamente numa ceia natalina próxima a um mini refratário com Manteiga de Karité pura junta a um toque de simpatia. 

A partir daí Chlóe EDP se envolve em pétalas de Magnólias e Rosas recém-aspergidas por água filtrada, exatamente em seu coração ele se torna mais intenso e viçoso, forte e valioso. Atribuo a divindade dele ao Lírio do Vale que é tido como portentoso e de caráter consagrado por ser comparado a Jesus Cristo pelos cristãos. Sobre sua base, na verdade nem a percebi, apenas identifiquei Cedro diluído em água com pétalas de Rosas na superfície sob uma garoa a uma temperatura de 20º C. 

Realmente a viagem sobre a descrição de Chloé EDP é grande, porém vale pela supremacia que a fragrância nos propõe ao evoluir; possui fixação para mais de 10h e fixa desesperadamente bem; super adequada para a maioria das ocasiões, sem restrições, é para ser usada e se sentir a melhor pessoa do mundo.


Créditos a minha Amiga Barbarella!

PS: adoro esses gráficos. Isso denota importância, apego e valorização. 

Ai, quisera eu ser uma poetiza, ou confabular com o meu lado emocional (que,como todo escorpiano, por mais manteiga clarificada que seja, esconde até a morte, rsrsrs) e me deixar levar. Cris Nobre do Templo dos Perfumes faz o mesmo. Sou mais prática, mas não tão deliciosamente cômica e com timing como a Van Mulherzinha. Pelamor, poderia citar as características principais de todos os amigos viciados nisso...(um tapa na orelha eu recebo com louvor).

Mas vamos ao ponto. Primeira resenha publicada. Correndo para salvar as outras, são muitas! E não me elogiem, e sim ele. Pessoa ímpar e diferenciada, é um coração com braços e pernas. 

Primeiro passo Jernê. Aos poucos tu toma conta do meu blog (e com vontade!)

Bjsss de K-Pax.