sábado, 3 de maio de 2014

A Raínha se revela - Citizen Queen, Juliette Has a Gun




Para quem me acompanha está careca de saber da minha paixão e curiosidade pelo mundo dos perfumes. Pelo fato de fazer parte de comunidades e grupos onde encontro outros malucos como eu, nesse sentido, fica fácil para eu ter contato com fragrâncias praticamente impossíveis de serem encontradas na Terra Brasilis (o que não é o caso deste, que se encontra por aqui) . O fato é que a perfumaria comercial é apenas a pontinha do iceberg.. Há centenas de marcas de nicho desconhecidas do grande público. Utilizam matéria prima de ponta e não tem a pressão para "agradar o mundo" e vender como água, como a perfumaria comercial (Carolina Herrena, Paco Rabane, Dior...e todas que vemos em grandes perfumarias e free shops). Os nichos em sua maioria (há muitos que não fazem jus à sua categoria) tem a liberdade para criar. Aparece cada perfume diferente e único...uma vez que tu adentra nesse conceito, não consegue sair mais.



O problema é o acesso (só vende em pontos específicos do mundo).E o preço, normalmente salgadíssimo. Por isso me contento em ter decants de 5 ml ou amostras dos mesmos. Pelo menos os conheci!

O próprio nome da grife é deveras interessante: Juliette Has a Gun. Em tradução livre, "Julieta tem uma arma". O nome se deve à dar uma nova imagem para a Julieta lúdica. Esta seria uma Julieta que sabe o que quer, se posiciona. A marca foi criada em 2005 por Romano Ricci. Fez o link?? Sim, ele é neto de Nina Ricci. Os perfumes são criados pelo Romano Ricci e Francis Kurkdjian.

Ah, eu só tenho uma amostrinha. 

Vamos às notas (como a maioria dos nichos, não define a pirâmide)
Rosa, Íris, âmbar, couro perpétua, labdanum, aldeídos, limão, notas empoeiradas (não especifica) almíscar e resinas.

Hoje a imersão tem ares de sonho, nada real; 

Imagine-se numa piscina monumental repleta de Íris e rosas. Mas não rosas vermelhas. Rosas cor-de-rosa.A mistura de cores o tom levemente inocente. A piscina está tão densamente repleta delas que seu corpo não afunda e sim, se aconchega no abraço "pessegoso" de suas pétalas. Seus olhos se fecham, tentam reter aquele singelo odor. São rosas macias rodeadas do aroma atalcado da Íris.

Piscina+rosas+Íris

Rapidamente essa inocência estremece e a natureza mais visceral aparece. Não, não natureza verde. É de pele. Ao abrir os olhos, observa que além das bordas da piscina tudo é coberto por denso couro macio, quase negro.

Frutinhas vermelhas + couro

O vento está imprevisível, hora sente o aroma de frutas vermelhas no ar, sumarentas e açucaradas, hora observa o calor sensual de âmbar, escuro, que penetra na aura floral e mostrando a sua verdadeira faceta: Melíflua mas perigosa. 

Fecha imersão.

De início doce, floral atalcado, termina chypre old school. 
Sintetizando, a saída me remete ao Flower by Kenzo, transita rapidamente com amor amor (juro que senti frutas vermelhas!) e termina aldeídico, lembrando grandes perfumes de outrora como Arpege e Chanel 5. 

É quase uma viagem na vida de uma mulher glamourosa que usa o perfume como a sua arma de sedução. Encanta em primeira instância e arrebata em contato mais íntimo.

É um perfume difícil, precisa gostar de notas atalcadas e com pegada retrô. Mas é uma bela criação, ainda que dá ares datados se mostra moderna. Um sopro de ousadia em meio à tantos lançamentos esquecíveis, de frutinhas doces e sem personalidade que aparecem às centenas nas perfumarias a cada temporada. 

Enriqueça sua experiência e veja também as resenhas da Vanessa Anjos nos Perfume na Pele e as resenhas sobre os Juliettes que a Dâmaris mostra no Village Beaute

Bjsss de K-Pax

Imagens: google
Fonte: Fragrantica

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