domingo, 30 de março de 2014

Eau de Floresta - Perles de Lalique

(resenha postada no meu perfil pessoal do facebook em Janeiro de 2014)





Com o calor que anda assolando a gauchada e estados costumeiros ao frio...a única coisa que pensei em "vestir", perfumicamente falando, foi algo que me lembrasse uma selva verde e fresca depois de uma chuva refrescante.

Bem, não tinha como não pensar em Perles, de Lalique.

Resumão: Lalique é uma casa francesa, tem belíssimos perfumes e não é tão conhecida pela maioria das pessoas. Não é nicho, mas por ser mais..."discreta" no marketing, acaba sendo alvo de pessoas que se aprofundam um pouco mais dentro da perfumaria. Tenho o Lalique Le Parfum, e esse merece um "resenhaço"...mas só pode no frio. Verão, nem pensar.

Segundo a descrição do nosso amado Fragrântica,  Perles é a essência da feminilidade, da mulher.

Perles pode ser tudo, MENOS feminino. 

Aliás, nunca senti (no meu parco conhecimento) perfume mais compartilhável, quase masculino, dentre os femininos. Talvez o Cabochard, de Grés, que também é uma femme-macho. 

Ele não tem NADAAA doce. Nada. Fragrântica diz ter rosa na pirâmide, mas na minha pele ela desaparece, nada de flores. Nada.

Classificado como Chipre Floral. Vamos à pirâmide.
Saída: Rosa
Corpo: Pimenta preta, Íris
Fundo: Patchouli, Raíz de Orris, Musgo de Carvalho, Vetiver, Madeira de Cashmir

A minha impressão é:


Floresta anteriormente quente, logo após a chuva, com aquela brisa que refresca e aplaina o calor. Verde...verde...refrescante...um musguinho junto, meio úmido.



É um aroma que perfaz a natureza verde, simples e viva. Na minha pele, ok?

Aqui, o musgo de carvalho (que em certos perfumes datados é pesado) é o próprio, tenro, completamente verde, como aquela penugem viva sobre um tronco de madeira nobre (no caso, madeira de cashmir..não, nunca senti, isso está descrito na pirâmide) É um cheiro limpo, natural, como se você enterrasse o nariz no musguinho da árvore.

Junto disso vem o MENTOLADO. Mas muito mentolado.Não bala de menta (bala é doce). Aqui é mentol puro... (lembrei de um namorado que fez química e me apresentou cristais de mentol...que ainda eram mais doces, e lembravam Halls preto) não sei dizer se é o patchuli, vetiver, a pimenta ou os três. O bichinho é tão refrescante que certas vezes que usei no inverno (sim, me apaixonei por ele em pleno frio) ouvi familiares, ao sentir o meu "rastro" dizer...."alguém passou gelol " ?E isso aconteceu mais de uma vez.

Em minha pele ele é completamente linear, como começa termina, não observo evolução nenhuma. E apesar de seu aspecto fresco, dura no mínimo 6 horas, estupendo para um perfume com notas tão leves.

Pois hoje, nesse calor surreal para uma pobre gaúcha que aprendeu a amar o frio....só pensei nele e no seu frescor masculino. Aliás, nem sei como o nomeiam feminino....mas é de uma simplicidade e naturalidade que....parece perfume de nicho. Qualquer pessoa que esteja acostumada aos perfumes mais comerciais provavelmente vai torcer o nariz ao sentir.

Dê uma chance. O próprio frasco mostra. Branco, reto, de linhas simples. Como ele mesmo se mostra.

2 comentários:

  1. Não vejo evolução no Perles tbém, Carla! E o 'efeito' canforado e quase gelado dele me encanta! Linda resenha, por sua causa que eu tenho ele: de tanto vc falar bem!

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  2. Diana, eu não sinto diretamente, mas quem o sente em mim...sempre comenta "alguém passou gelol?" rsrsrrs. Fica extremamente gelado, canforado, refrescante. Pior que eu não sinto esse gelol todo. Mas as pessoas ao meu redor sim. É de rir, quase sempre digo "contratura muscular", rsrsrsrsr

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