sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Rosas Negras: Resenha do Cafe Rose, Tom Ford



Fuçando na latinha linda com decants preciosos que o Claiton Lisboa me enviou, eu que pego ele, Café Rose, Tom Ford.

Amor no ar
Ele é da linha exclusiva da casa, Jardin Noir. Bom, colocar Noir no nome é como o Pep Le Pew atrás da gata de lombo branco. 

Rosas e café são simples palavras que realmente não definem a complexidade misteriosa envolta em suas notas. Para falar a verdade, acredito que um nome como "Rose de Noir" seria mais apropriado.

Tu gostas do cheiro de rosas rosas, ou amarelas, brancas, orvalhadas, florescendo em uma bela manhã em Grasse?

Esquece isso.

Ela existe sim!
Café Rose passa a anos luz desse tipo de rosa. Na verdade, a Rosa representada aqui é a negra. Sim, ela existe. Como eu mesma nunca senti (nem vi) o aroma de uma, pesquisando cheguei à uma conclusão que pode-se simular o seu aroma em uma cena que certamente todas as pessoas já presenciaram.

Sabe um buquê de rosas rubras (aquele vermelho sangue venoso) que está a uns dois dias enfeitando uma mesa? Volte a memória e tente sentir o aroma intenso, escuro e quase moribundo das flores. É aquele doce ferino, fechado, não convida qualquer pessoa a gostar.

Pois Cafe Rose apresentou-se assim à minha persona.

A saída imediata, nos segundos iniciais, sinto rosas vermelhas vibrantes, mas não no pé, já cortadas e enfeitadas em um belo buquê.

Digamos que você está carregando esse buquê e entra em uma loja indiana onde se vende especiarias. Conhece o cheiro agridoce fantástico do açafrão? E a picante e aromática pimenta preta? Taí, mistura o cheirinho do buquê com tais especiarias.

Em segundos de intercurso sinto um aroma frutado, mas não consegui identificar qual fruta seria (ou o meu nariz interpretou isso como um aroma de fruta).

Continuando, dentro da mesma loja há a área de incensos. Reuna os aromas anteriores à fumaça adocicada de um incenso de sândalo. Uma fumaça "cremosa", que não agride (então pessoas que não curtem perfumes incensados, podem gostar). Logo após, esse incenso toma ares atabacados, mas esse acento é breve só para abrir o palco para o que vem a seguir.

Ao fim, eis a bela e lúgubre rosa negra. É ela, simplesmente ela que termina o perfume. Esquizóide, taciturna, quase triste, mas que guarda intensidade pungente, misteriosa, vibrante e inesquecível.

O café? Gente, eu não senti. Consigo perceber muito o sândalo e algo do âmbar da base, mas o café eu não senti, pelo menos na minha pele. A rosa (ou as rosas, porque o seu perfil muda de uma rosa viva para uma negra quase morta) sobressaiu DEMAIS na minha pele.
Enfim, hipnotizante!!!!!

Bjxxx de K-Pax 

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